poesia . fotografia . & etc.


Talvez o mundo não seja pequeno / Nem seja a vida um fato consumado . Chico Buarque de Hollanda, com Gilberto Gil








domingo, 14 de janeiro de 2024

   # Em Agenda #

 

 
 

Diálogos Imaginários de Olivier Messiaen,
prisioneiro e amante de pássaros

ilustrações de Ana Abreu
posfácio de Mário Azevedo

Companhia das Ilhas, 2023

 

 

 

Onde estamos quando ouvimos música num campo de concentração?

[do Posfácio]

 

Penas Pesadas da Neve é um pequeno texto dramático sobrevoado por uma narrativa visual paralela de Ana Abreu. Coloca em cena o músico Olivier Messiaen, prisioneiro num campo nazi e amante de pássaros. Ou vice-versa. Música e pássaros, sublime e miséria. Neve, a espera, o que possa ser o tempo. O tempo todo.

 

 

 


 

sábado, 30 de dezembro de 2023

  # Em Agenda #




 

"O Poeta e a Cidade"
introdução a

O Porto Literário:  
4º vol. O Porto dos Poetas
 
Público / A Bela e o Monstro, 2023

[texto também publicado na edição do jornal, 23/10/23]



 

 

 

domingo, 15 de outubro de 2023

 # Em Agenda #

 

 

  


José Manuel Teixeira da Silva

Os Pequenos Nós da Tempestade 
poemas reunidos e inéditos
com quatro ilustrações de Ana Abreu

Língua Morta 147 


copiosas chuvas | as súbitas permanências | música de anónimo

anima | o lugar que muda o lugar | processos sumários





 

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

terça-feira, 15 de agosto de 2023

  # Em Agenda #

 

  


em Gazeta Literária 11
 um ensaio sobre
Como Comer um Dióspiro
de Paulo Moreira Lopes

"Como Ler um Livro que Ensina a Como Comer um Dióspiro"

 

 

domingo, 19 de fevereiro de 2023

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

  # Em Agenda #

 

 


Entrevista a   
A. M. Pires Cabral
Vila Real, 10/12/2022
 
Paulo Moreira Lopes |  José Manuel Teixeira da Silva
                                                                     fotografia -  JMTS
  

 

 



 

 

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Parábola Óptica
teorias portáteis sobre fotografia

 

 

 

 António Bracons ou A  Edificação do Silêncio

 

 

António Bracons

Sobre o Silêncio, ed. autor, 2020 
Ingenium, ed. autor, 2022

  © fotografias de António Bracons 
 

Há toda uma vida da fotografia que corre à margem dos grandes mecanismos de marketing e distribuição. Como noutras artes (por exemplo, a da poesia), a massificação cultural abandonou a circuitos independentes muito do que de mais significativo, intenso e perene se vai produzindo. Aliás, António Bracons, o autor dos dois fotolivros que aqui folheamos, presta um discreto mas precioso serviço público na sua página virtual Fascínio da Fotografia1, que acompanha esse pulsar quotidiano dos apaixonados da arte fotográfica.

 

 Sobre o Silêncio 2 e Ingenium 3 têm em comum o rigor, o despojamento, a subtileza e a intensidade das suas opções fotográficas e de edição. São objectos personalizados, na escolha de papéis, texturas, grafismo, na respiração das imagens; chegam-nos em exemplares numerados e assinados, que podem incluir uma prova original. 
 
Se Sobre o Silêncio propõe uma leitura fotográfica do conceito tão complexo e até paradoxal que dá o título à obra (abordagem complementada por sugestivos e informados textos do autor sobre o tema, que constituem um pequeno caderno que integra o projecto), já o livro mais recente parte do conceito e da prática da engenharia. Não obstante as visíveis (é o termo) diferenças, subtis laços unem os dois projectos, denunciando a marca de água do autor. São, em ambos os casos, fotografias a preto e branco de uma grande austeridade e que, a partir de materialidades bem identificáveis, sugerem, até por alguma ambiguidade e descontextualização procuradas, uma dimensão outra, algo que está antes ou depois do puro visível.  
 
Temos de reconhecer que Sobre o Silêncio é já um livro de engenharia, no sentido mais lato do termo, não só por incluir, em determinados momentos do seu percurso, imagens de monumentos, mas também pelas suas estratégias de construção e desconstrução em torno do silêncio. Ora se silencia, ora se ergue o silêncio. É que o silêncio nunca é propriamente um vazio, mas limiar, um processo relativo ao que se edifica ou despoja, porque, como nos diz Octavio Paz, não pode deixar de motivar palavras, novas imagens, signos: “Y aun el silencio dice algo, pues está preñado de signos.” 4 
 
 
 
 

 
 
Silêncio é, desde logo, uma questão musical, alternância entre som e pausa, e o livro tem essa respiração ritmada pelas páginas em branco, que sinalizam, de algum modo, o silêncio em si, homólogo ao invisível, tudo aquilo que, ainda assim, se torna horizonte e se nos aproxima como experiência singular. Começamos com uma pequena imagem de nuvens que, na linha das ideias que acabámos de propor, nos traz à memória as “equivalências” de Stieglitz. O irrepresentável toma forma no incorpóreo das nuvens, cuja matéria se nos afigura como imponderável imagem do próprio fluir vital. Mas logo se segue uma fotografia que ocupa praticamente toda a dupla página, em que a terra, um caminho, conduzem precisamente às nuvens. Ao longo de todo o livro existe essa espécie de inquietação que alterna escalas, típica de quem procura e inevitavelmente suscita as diversas estações de uma íntima peregrinação.  
 

sábado, 29 de outubro de 2022

  # Em Agenda #

 

 

  Entrevista a  
Carlos Poças Falcão
Guimarães, 08/10/2022
 
Paulo Moreira Lopes |  José Manuel Teixeira da Silva
                                                                     fotografia -  JMTS
  
 
 
 
 
 
 


 

 


                                                                                                                      

quinta-feira, 4 de agosto de 2022

  # Em Agenda #

 


em Eufeme 24 
 quatro poemas da série "As Banhistas"

Sophia no Mar de Lagos | Mulher Nua numa Prancha Alta | Nu a Flutuar | Femme au Tub

aqui 

 


em Gazeta Literária 10
 um ensaio sobre a antologia 
Dois Cimbalinos Escaldados
de Inês Lourenço

"Inês Lourenço: na cidade onde habitávamos desde sempre"

aqui

 

 

 

terça-feira, 21 de junho de 2022

 |Caderno dos Lugares|

 


 

 

 

 

 

 

 

 

barcelona | 2022
jmts 

 

                                                         série aqui




quarta-feira, 27 de abril de 2022

 das palavras dos outros



 

maria virgínia monteiro / Precário Registo, Universitária Editora, 2003

 
 
 
QUANDO
 
                               (..)  quando os bosques
                                        e os espaços se fundirem (...) 
                                                António Carlos Cheinho 

quando eu não for
nem voz nem sombra
nem rir nem dor
não recusem de mim restos escolhos
nas coisas que amei
mas que guardei
como se nelas queimasse
mãos e olhos

se me deixarem ficar
eu ficarei
silenciosa ao vosso lado
e assim talvez
as coisas por mim falem
através
de fronteiras de outro espaço
alcançado

do que soube
do que calei
espalhe-se o segredo, dantes meu
arranque-se de sobre ele
qualquer véu
e não mais se cale
o mudo grito

libertem-se gavetas
do silêncio
porque pago foi já o preço alto
e sereno, sem raiva, sem sobressalto
o silêncio o som aflito
quer ser voz
como um eco de lembranças
voz inteira
dos espaços da portagem
na fronteira
dos caminhos de mim
de ti
de nós



 

































  anthero monteiro / Sulcos da Memória e do Esquecimento, Corpos Editora, 2013
 
 
 
 
 NOTAS PARA UM EPITÁFIO
(à maneira de edgar lee masters)
 
                             
nasci decerto do ventre de um incunábulo
ou do ovo de um livro de asas abertas
como qualquer pássaro sedento de horizontes

os meus livros que fariam uma torre de babel
vazando as nuvens acotovelavam-se lá em casa
por um lugar nas estantes empurravam-se
encavalitavam-se uns sobre os outros

das prateleiras por cima da janela que dá para a rua
debruçavam-se as mais volumosas lombadas
sobre o sítio onde lia ou desenhava
os sulcos dos meus versos

sentado nos autocarros nos comboios
nas dunas nos rochedos ou à sombra das tílias
foi sempre um livro a minha irrevogável testemunha

escrevi livros publiquei livros fundei bibliotecas
vivi entre estantes dois terços da existência
li poemas e histórias para centenas e centenas
a vida foi um espesso tomo dedicado
à leitura à poesia à escrita à bibliofilia
 
naquela noite sentado no lugar dos meus labores
prosseguia eu a leitura do livro negro do padre dinis
e ali pela página duzentos e trinta e cinco
ouvi alguns ligeiros estalidos que se repetiram
era talvez a traça algum bibliófago a tosar
papel tenrinho mas não fiz caso pois essa
é uma entidade tão invisível quanto deus
 
alguns parágrafos adiante aquela frase do duque
de cliton: "quando o pressentimento da morte
nos fala muitas vezes não devemos desprezá-lo"
mal virei a página um estrondo de derrocada
sobre a mesa de leitura e o seu ocupante
 
ainda tentei apanhar a vida mas ela escoou-se
de repente como um peixe dos limos
que nos resvala das mãos
 



















 
In Memoriam
 
Maria Virgínia Monteiro (1931 - 2022) / Anthero Monteiro (1946 - 2022)
 
 
fotografias:JMTS



terça-feira, 28 de dezembro de 2021

  # Em Agenda #

 

 

Nos últimos tempos, alguns trabalhos, alguns dias

 

 

110 anos, 110 poetas 

antologia comemorativa dos cento e dez anos da universidade do porto - u. porto press

 

                                                               organização: isabel morujão

                                                              ver aqui

 

participação com o poema "O pintor e a cidade"  

Ver o que há para ver / e com toda a precisão quanto a brumas / nevoeiros, névoas e mais vapores (...)

 

 

 

 

 os dias da peste - pen clube português, gradiva

 

   organização: teresa martins marques / rosa maria fina

 

 participação com a ficção "Dificilmente" 

 (...)

Já ficou prisioneiro de um novo ritual. Quando cai o crepúsculo, deixa o televisor, a contabilidade dos contágios, as imagens de ficção científica nos hospitais, e aproxima-se da janela. Dedica-se à contemplação do movimento das silhuetas em contraluz no parque. Ninguém se estira na relva ou faz uma pala com a mão para seguir os pássaros que recolhem. Seria interessante desenhar as trajectórias dos caminhantes, as suas derivas quando se apercebem ao longe de uma alma em sentido contrário e tomam discretamente o carreiro paralelo ou escolhem uma alameda com um percurso mais longo, logo alterado por um novo desvio. Ocorre-lhe que seja uma espécie de dança macabra: muitos, quando se apercebem, já mudaram de freguesia, de cidade, de vida, passaram fronteiras e olham tudo com uma louca estranheza. Veríamos os olhos alucinados, não fossem suaves figuras ao cair do dia.

  (...) 

 

 

 

 entrevista a miguel d'ors no Correio do Porto



                                                                   fotografia: pablo hojas 

                                                              ver aqui